Tenso: Falta de energia, prejuízos e muito calor marcaram o início da semana em Mantena. Diante das grandes e imensas perdas originadas pelo maior apagão da história a população de toda Comarca pergunta: Quem vai arcar com os prejuízos? Com a palavra o Ministério Público da Comarca de Mantena.
O maior apagão da história da Comarca começou no início da noite de domingo, (04/12), e durou até a tarde desta quarta-feira, (07/12), segundo informações da Cemig, responsável pelo serviço, via Rádio Mundo Melhor, várias torres haviam caído na proximidade de Governador Valadares e cerca de 100 homens trabalharam no local que é de difícil acesso, além do grande contingente humano, helicóptero, tratores e caminhões também foram usados para sanar os problemas da rede e voltar a normalização do serviço em toda região afetada.
Além de Divino das Laranjeiras e São Geraldo do Baixio, que não fazem parte da Comarca de Mantena, a falta de energia que durou quase três dias atingiu as populações das cidades de Central de Minas, São João do Manteninha, Mendes Pimentel, Itabirinha, São Felix de Minas, Nova Belém e Mantena e no geral trouxe uma diversidade muito grande de problemas que afetou sobremaneira as pessoas no seu dia a dia e aos comerciantes de uma forma em geral.
Uma das situações de grande dificuldade aconteceu por causa da impossibilidade de usar ventiladores e ar condicionado, o grande calor que fez nestes quase três dias juntamente com o sol escaldante e uma temperatura muito alta fez com que o tempo ficasse ainda mais abafado afetando até mesmo a saúde das pessoas, devido ao forte calor algumas pessoas passaram mal, bem como algumas crianças também não se sentiram bem e foram levadas para atendimento em Barra de São Francisco-ES “O calor é muito e o tempo está muito abafado, não dormi nada na primeira noite, não estamos aguentando ficar dentro das nossas próprias casas e estamos assentados aqui do lado de fora com a família para refrescar, nunca vi uma situação desta aqui na comarca”, disse uma professora aposentada.
O calor também fez com que a cidade de Barra de São Francisco localizada no Estado do Espírito Santo que é a cidade vizinha mais próxima e faz divisa com o Estado de Minas Gerais recebesse muitos clientes inesperados vindos de diversas partes da Comarca que foram em busca de vaga nos hotéis, se teve alguém que lucrou com apagão estes foram os comerciantes dono de hotéis e pousadas que tiveram todos os quartos e apartamentos alugados neste período.
Sem energia as pessoas tiveram de apelar para alternativas como velas, lampiões e lamparinas, vendidas a preço de ouro, um exemplo foi a caixa pequena de velas que estava sendo oferecida pelo jovem Julio Cesar a 10 reais, mesmo inflacionada pelos atravessadores e com preço muito alto, devido a necessidade, rapidamente não existia mais no comércio local.
Na sede da Comarca, os comércios em Mantena perderam toda sorte de mercadorias, alguns tiveram de fechar suas portas, como por exemplo foi o caso do Supermercado Valente da Rua São Francisco que com os congeladores repletos de mercadorias, muitos comerciantes já estocados para o Natal, preferiram fechar as portas a vender, já que a população não iria comprar todo o estoque e a abertura e fechamento dos congeladores poderia rapidamente descongelar ainda mais os produtos estocados, sem saber quanto tempo demoraria para volta da energia preferiram não trabalhar e manter os congeladores fechados (dos males o menor).
Com a falta de energia outros comerciantes como os proprietários de sorveteria tiveram de distribuir todo o estoque do seu trabalho porque já estavam derretendo. Os comerciantes mais pequenos tiveram de fazer um esforço e retirar todo o seu estoque e levar para lugares que tinha geradores próprios pagando taxas diárias para não tomar um prejuízo ainda maior.
Fábricas como a Rabbit e outras também não tiveram condições de trabalhar e tiveram de dispensar seus funcionários, com esta atitude o comércio foi afetado com muita propriedade no fim do Bairro de Vila Nova com bares e restaurantes fechando as suas portas.
Além de todos estes prejuízos no comércio local, foram muitas as donas de casa que já estavam com o seu estoque de carne guardada no congelador para o Natal, muitas perderam seus congelados, outros tiveram de fritar a carne antecipadamente ou mesmo fazer uma doação para os mais carentes.
Sem energia, sete dos oito postos de gasolinas existentes em Mantena ficaram no prejuízo e sem poder abastecer com suas bombas, somente o Posto Terra Boa funcionou mesmo assim porque colocou um gerador próprio onerando o seu lucro, mas, conseguindo atender em parte a grande demanda e a preocupação dos motoristas e donos de veículos.
Muitos e muitos outros foram os reflexos do maior apagão da história da Comarca de Mantena, cerca de 100 mil pessoas foram atingidos direta ou indiretamente com perdas diversas, a pergunta que vem sendo feita neste momento pela população deve ecoar diretamente ao Ministério Público da Comarca: Quem é o responsável pelos prejuízos? Quem vai arcar com todas estas despesas? O que vai ser feito pelo Ministério Público da Comarca? Qual será o posicionamento da OAB-Mantena?