Dinai Alves Gomes vai responder por triplo feminicídio de Thayane Dias, Michele e Lidiana Santana; elas foram mortas em janeiro de 2016, mas os corpos só foram encontrados em agosto daquele ano.
Por G1 MG, Belo Horizonte
O pedreiro indiciado pela morte de três mulheres em Portugal irá a júri popular na Justiça Federal em Belo Horizonte. O julgamento ainda não tem data marcada. Em depoimento à polícia, ele negou envolvimento nos assassinatos.
Os crimes aconteceram em fevereiro de 2016 e os corpos das três só foram encontrados seis meses depois, em uma fossa séptica em Cascais, cidade daquele país.
De acordo com o Ministério Público Federal, Dinai Alves Gomes, de 35 anos, será julgado por triplo feminicídio e tripla ocultação de cadáver e roubo contra Michele Santana Ferreira, de 28 anos, Lidiana Neves Santana, de 16 anos, e Thayane Milla Mendes Dias, de 21 anos.
Thayane, que morava em Nova Venécia (ES), era namorada de Lidiana, que era irmã de Michele. A família das duas mora em Campanário, no Leste de Minas Gerais.
Para a acusação, o suspeito matou Lidiana e Thayane antes de matar Michele, com quem tinha relacionamento. Dinai tinha ainda uma companheira e uma filha no Brasil.
Segundo a denúncia, testemunhas afirmaram que o relacionamento de Dinai e Michele era conturbado porque ele a proibia de engravidar. Existe a suspeita, por parte do MPF, que Michele estivesse grávida quando foi morta. Ela revelou a suspeita à mãe.
No fim de 2015, Lidiana resolveu morar com a irmã, Michele, em Portugal. E sua namorada se juntou às duas no dia 29 de janeiro de 2016.
Dois dias depois, a companheira de Dinai que morava no Brasil o avisou que a chegada dela a Portugal foi antecipada do fim de fevereiro para o dia 1º. Neste dia, segundo o MPF, Dinai matou Lidiana e Thayane após Michele sair de casa. Depois, buscou a companheira e a filha no aeroporto. No fim da noite, matou Michele.
Os corpos das três foram colocados em uma fossa séptica de um canil onde ele trabalhava. Elas só foram encontradas em agosto, já em estado avançado de decomposição.
Nos dias seguintes, ele simulou ser Michele e conversou com a mãe dela por um aplicativo de celular. No dia 27 de fevereiro de 2016, ele voltou ao Brasil.
O suspeito também é acusado de roubo. Em 2015, Michele foi assaltada e teve o celular levado em Portugal. Na ocasião, a mulher foi agredida pelo assaltante. O aparelho foi encontrado no canil depois da morte de Michele.
Dinai está preso na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, desde o dia 5 de setembro de 2016.
Em setembro de 2016, durante depoimento, o suspeito negou a autoria das mortes. “O suspeito continua negando qualquer envolvimento no fato. Como já está bastante noticiado, ele mantinha um relacionamento com uma das vítimas”, disse o delegado Roberto Câmara na ocasião.
As penas previstas para o crime de feminicídio é de 12 a 30 anos de prisão, 1 a 3 anos para a ocultação de cadáver e 4 a 10 anos para roubo.