Alan Ribeiro Vieira admitiu que consumiu bebida alcoólica, mas disse que tinha condições de dirigir; atropelamento em maio de 2013 matou uma jovem de 22 anos.
Por G1 MG, Belo Horizonte
O Tribunal do Júri de Belo Horizonte condenou nesta segunda-feira (26) um motorista a 12 anos de prisão em regime fechado por ter atropelado duas pessoas em 2013, sendo que uma delas morreu. A defesa informou ao tribunal que vai recorrer da sentença. O réu vai aguardar o julgamento dos recursos em liberdade.
O atropelamento foi no dia 2 de maio de 2013, na Avenida Antonio Carlos, em Belo Horizonte. O motorista, que apresentava sinais de embriaguez, atropelou Fernanda Francisca Alves Pereira, de 22 anos, e o marido dela, Igor Pablo Santos Silva, também de 22 anos quando eles estavam na calçada. Ele teve ferimentos leves, mas ela não resistiu.
Acusado de homicídio com dolo eventual – quando a pessoa assume o risco de matar, Alan Ribeiro Vieira, de 39 anos, começou a ser julgado no dia 11 de abril desde ano, mas o júri foi remarcado por que ele passou mal e precisou de atendimento médico.
No julgamento desta segunda-feira (26), Vieira assumiu que bebeu pequena quantidade de álcool até a meia-noite anterior ao acidente e dormiu ao volante. Ele ainda contou que ficou atordoado com a batida e apanhou de pessoas que estavam no local.
Uma garrafa de uísque foi encontrada dentro do carro do réu, que afirmou que era de uma prima, e não dele. No momento do acidente, ele não foi submetido ao teste de bafômetro. Alan chegou a cumprir quatro meses de prisão preventiva e foi solto para esperar o julgamento em liberdade.
No julgamento, a acusação mostrou depoimentos de policiais e médicos que atenderam Alan no dia do atropelamento. Eles atestaram que o grau de embriaguez era alto, já que o motorista apresentava os olhos vermelhos, dificuldade para falar e exalava um cheiro forte de álcool.
Os advogados de defesa reconheceram que o cliente havia consumido bebida alcoólica antes do atropelamento, mas pediram que o júri considerasse o homicídio como culposo – quando não há intenção de matar. Os advogados disseram que, apesar do consumo alcoólico, Alan Ribeiro Vieira tinha condições de dirigir. O Ministério Público defendeu a condenação por dolo eventual.
Outros julgamentos
Este é o quarto júri de crime de trânsito em Belo Horizonte e o terceiro de motoristas com sintomas de embriaguez.
No primeiro, em 2016, Felipe Hilário, o motorista da carreta que atingiu vários veículos no Anel Rodoviário de Belo Horizonte, foi absolvido.
A primeira condenação foi no segundo júri. Gustavo Bittencourt foi considerado culpado em fevereiro deste ano por dirigir embriagado e na contramão da Avenida Raja Gabaglia. Ele bateu de frente com um carro e o motorista morreu. Bittencourt aguarda julgamento de recursos em liberdade.
O último júri foi de Felipe Júdice Lunardi. Ele foi condenado por atropelar e matar um policial militar que sinalizada um acidente na BR-356. O teste do bafômetro apontou que Lunardi tinha consumido bebida alcoólica. Ele também espera o julgamento de recursos em liberdade.