O suspeito foi indiciado pelo crime de homicídio duplamente qualificado, em razão do meio cruel e do feminicídio. A polícia afirmou que o marido socou a cabeça da vítima diversas vezes no chão.
Por Victoria Varejão e Daniela Carla, G1 ES
Uma professora encontrada morta dentro de casa, em Jardim Camburi, Vitória, no dia 30 de dezembro de 2017, foi espancada e assassinada pelo marido, segundo concluiu o inquérito policial, apresentado nesta segunda-feira (19). A polícia afirmou que o marido socou a cabeça da vítima diversas vezes no chão.
O suspeito foi indiciado pelo crime de homicídio duplamente qualificado, em razão do meio cruel e do feminicídio.
O corpo de Danielly Wandermurem Benício foi encontrado pelo marido e por um parente dele. Por causa da localização do corpo e das marcas de agressões, os dois foram encaminhados à Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa, onde foram ouvidos.
O marido da vítima foi preso temporariamente no dia 17 de janeiro deste ano, quando foi ouvido e encaminhado ao Centro de Triagem de Viana. Neste mês de março, a 1ª Vara Criminal de Vitória decretou a prisão preventiva dele.
Segundo a polícia, o parente do suspeito não foi indiciado, pois não há vestígios de participação dele no crime.
As investigações seguiram durante esse tempo e, no total, foram colhidos 22 depoimentos, juntados nove laudos periciais e realizados cinco relatórios sobre o caso.
O titular da Delegacia Especializada de Homicídios Contra a Mulher, Jarderson Lube, explicou que o suspeito tentou fazer com que a polícia pensasse que se tratava de um suicídio.
“O fato é que as investigações, por meio da análise das imagens e os laudos periciais, comprovaram que o que houve foi um homicídio, praticado de forma cruel, em que o autor desferiu golpes, jogando a cabeça da vítima contra o solo. Tudo isso permitiu o indiciamento pela crueldade e pela qualificadora do feminicídio”, disse.
O laudo de exame cadavérico preliminar indicou como causa da morte ‘hemorragia intracraniana, devido a traumatismo cranioencefálico, causado por ação contundente’, além de descrever outras lesões presentes no corpo da vítima.
A análise das imagens do edifício onde os dois moravam mostrou a movimentação no corredor de acesso ao apartamento da cobertura, nos dias 29 e 30 de dezembro. O vídeo mostra que o marido da vítima foi a última pessoa a ter acesso à Danielly enquanto estava viva e a primeira a chegar ao local quando o corpo foi encontrado.
O inquérito policial foi encaminhado para a 14ª Promotoria Criminal de Vitória, no dia 7 de março deste ano, e o juízo da 1ª Vara Criminal da capital recebeu a denúncia e decretou a prisão preventiva do marido da vítima, que continua preso no Centro de Triagem de Viana.