Elisa Costa é citada, em delação premiada feita ao MP por ex-secretário de Obras, como beneficiária de propina de R$ 60 mil a ser paga por prestadoras de serviço à prefeitura.
Isabella Souto / em.com.br
A prefeita de Governador Valadares, Elisa Costa (PT), foi citada pela primeira vez no megaesquema de corrupção que deu origem à Operação Mar de Lama, a força-tarefa que apura desvio de erário, superfaturamento em contratos e fraudes em licitações na maior cidade do Vale do Rio Doce. Já o Partido dos Trabalhadores foi acusado de arrecadar propina para financiar a campanha à eleição municipal deste ano. A citação do nome de Elisa e a acusação contra a legenda constam na delação premiada prestada ao Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG) por Vilmar Rios Júnior, apelidado de Juninho Tabajara e tido como tesoureiro da quadrilha. Ele foi secretário municipal de Obras e diretor do Serviço de Abastecimento de Água e Esgoto (Saae), autarquia municipal onde trabalhavam os cabeças da organização criminosa, e acabou detido na primeira fase da operação, em abril passado.
Tabajara afirmou que o nome da petista consta numa relação de pessoas que deveria receber propina de empresas que prestam serviço à prefeitura. Acrescentou que a quantia a ser paga a Elisa seria de R$ 60 mil, referente “a empréstimos para a campanha de 2012”, quando ela foi reeleita. O repasse, contudo, não foi feito pelo tesoureiro. Ele não soube informar se alguém o fez.