Decisão foi tomada por Arnaldo Braga ao retornar para o cargo após ser afastado por conta de investigações da PF; ele acusa o vice-prefeito de ter deixado altos valores em dívidas.
Por G1 Vales de Minas Gerais
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Prefeitura de Virgolândia fechou o atendimento administrativo ao público (Foto: Ronalt Lessa/ Inter TV dos Vales)
A Prefeitura de Virgolândia (MG), no Vale do Rio Doce, está fechada desde essa terça-feira (3) depois que o prefeito da cidade, Arnaldo Braga (MDB), anunciou a demissão de cerca de 100 funcionários contratados do município. A decisão foi tomada pelo chefe do Executivo ao retornar ao cargo após ser afastado por conta de investigações da Polícia Federal em um suposto esquema criminoso de desvio de verbas públicas.
Segundo Arnaldo Braga, durante o tempo que ficou afastado, o vice-prefeito, Geraldo Magela (PDT), deixou altos valores de dívidas, provocando a decisão de demissão dos funcionários e fechamento da prefeitura para os serviços administrativos e de atendimento ao público. Somente os serviços essenciais de saúde e educação continuam funcionando normalmente.
“Assim que retornei me vi diante da situação com uma folha de pagamento de R$563 mil e o INSS de 146 mil, sobrando apenas R$10 mil para custear fornecedores, como postos de gasolina, materiais para área da educação, produtos para área da saúde e outros, o que era impossível. A partir daí resolvemos demitir os contratados, manter os serviços básicos e depois de um planejamento contratar novamente os funcionários gradativamente”, explicou.
Procurado pelo G1, o vice-prefeito de Virgolândia informou que a dívida realmente existe, porém, que antes do prefeito reassumir o cargo, a prefeitura já tinha os valores para pagar o funcionalismo público. Geraldo Magela afirma que o município não precisava realizar as demissões. “A chegada do prefeito me surpreendeu. Já tínhamos tudo sobre controle e o pagamento seria realizado no último dia 28 de março. Com certeza ele está tentando denegrir a minha imagem e durante esses cinco meses sempre pautei em realizar um trabalho com transparência”, afirma.
A decisão pegou de surpresa a Câmara de Vereadores da cidade. O presidente da Casa, Marco Antônio Figueiredo (PC do B), diz que o comunicado chegou do próprio prefeito, que informou ao Legislativo que os atendimentos da prefeitura seriam paralisados por cerca de 15 dias. “Vamos reunir nesta segunda-feira (9) para verificarmos o que realmente aconteceu, pois a Câmara não estava ciente dos valores de dívidas que o prefeito citou, nem dos valores arrecadados. Essa reunião será com o ex e o atual prefeito para esclarecermos também as dúvidas que a população de Virgolândia está questionando“.