Avião estava submerso desde 2011 quando fez um pouso forçado no rio. Polícia Federal recolheu a aeronave e vai investigar se o avião é clonado.
Após quatro dias de trabalho do Corpo de Bombeiros de Governador Valadares, foi retirado do fundo do rio Doce, neste domingo (18), a aeronave que foi encontrada por pescadores no fim da tarde de segunda-feira (12). Em 24 de fevereiro de 2011 o monomotor fez um pouso forçado no rio após sofrer uma pane seca, falta de combustível. Na época, buscas foram feitas, mas a aeronave não foi encontrada. O piloto saiu ileso do acidente.
Os trabalhos para a remoção do avião tiveram início na quinta-feira (15). “Na terça-feira a nossa equipe esteve aqui e confirmou que a aeronave estava no fundo rio. Na quarta-feira aguardamos que os proprietários fizessem a remoção. Só na quinta-feira, quando a Polícia Federal pediu que nós fizéssemos a remoção da aeronave do fundo rio que demos início aos trabalhos”, explicou o tenente Ricardo Gonçalves.
Um caminhão guincho foi utilizado para tentar fazer a remoção com o auxílio de cabos de aço. Espécies de boias foram infladas no interior da aeronave para que ela pudesse submergir. Na manhã deste domingo aeronave estava a aproximadamente 30 metros da margem do rio. Os militares dos Bombeiros mergulharam para colocar mais boias e facilitar o trabalho.
Em seguida o avião começou a ser puxado. Em menos de 15 minutos, a aeronave estava na margem do rio. Mesmo depois de quatro anos dentro do rio Doce, algumas partes do monomotor ainda estavam intactas, como o painel de controle, rádios de comunicação, hélice, parte da asa e a porta.
Os destroços do monomotor foram levados para o pátio da Polícia Federal, em Governador Valadares. Uma investigação será feita para saber se o prefixo da aeronave é o mesmo usado por outra aeronave que está apreendida em Belo Horizonte. Neste domingo, o delegado da Polícia Federal, Marcelo Xavier, acompanhou os trabalhos, mas não conversou com a imprensa.
Na quinta-feira o delegado confirmou que foi aberto um inquérito para apurar a suspeita de que esta aeronave seja clonada. “O que já é concreto e que podemos afirmar é que há uma aeronave com o mesmo prefixo do avião que está submerso no rio Doce. Uma das hipóteses investigadas é que uma das aeronaves seja clonada. Vamos investigar e descobrir qual delas é o clone”, disse Marcelo Xavier sem confirmar quanto tempo vai durar a perícia.
pela PF (Foto: Wilson Ribeiro/Inter TV dos Vales)
Relembre o caso
A aeronave que foi encontrada por pescadores no fim da tarde de segunda-feira (12). No mesmo dia, os Bombeiros de Valadares confirmaram que o avião encontrado era o mesmo que havia caído no rio Doce, em 24 de fevereiro de 2011.
Porém, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) emitiu uma nota esclarecendo que “a ocorrência aeronáutica datada em 24 de fevereiro de 2011, no Rio Doce, e a aeronave que foi encontrada na segunda-feira (12), na mesma região, são acidentes diferentes”.
Segundo a CENIPA, a investigação do acidente ocorrido em 24 de fevereiro de 2011 já havia sido concluída. No entanto, o órgão voltou atrás e disse que poderia se tratar da mesma aeronave, e que “devido à novas informações iria realizar um cruzamento de dados para confirmar se o avião é o mesmo”.