No terceiro dia de paralisações, a entidade enviou nota apoiando a redução nos preços dos combustíveis, uma das pautas defendidas pelos grevistas.
Por G1 MG, Belo Horizonte
A greve dos caminhoneiros causou prejuízo de R$ 2,5 bilhões às indústrias mineiras. O dado foi apresentado nesta segunda-feira (4) pela Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg). Os setores mais afetados foram o alimentício, o metalúrgico e o de automóveis.
A Fiemg também apontou queda de R$ 530 milhões em arrecadação com o Imposto Estadual Sobre Mercadorias e Serviços (ICMS) por causa da paralisação.
No terceiro dia de mobilização dos caminhoneiros, a Fiemg criticou a incidência do ICMS nos combustíveis. “Valores como 31% de ICMS sobre a gasolina, 15% sobre o diesel e outros 16% sobre o álcool, estão acima da média brasileira, e funcionam como travas para o crescimento de vários setores em Minas Gerais”, disse a entidade em nota enviada no dia 23 de maio.
Na época, a Fiemg apoio a redução nos preços dos combustíveis, uma das pautas defendidas pelos grevistas. “É necessário rever a elevada carga tributária incidente sobre os combustíveis e refletir sobre a política da Petrobrás de revisão diária do preço dos combustíveis, pois isso gera volatilidade e incerteza, não apenas para os caminhoneiros, mas para toda a sociedade”, disse a entidade.
Dois dias depois, a Fiemg divulgou nova nota criticando a paralisação. “A continuidade dessa greve prejudica não só a produção, mas o faturamento das empresas, com reflexos na capacidade de pagamentos dos compromissos junto aos fornecedores e funcionários”, falou a entidade.
Nesta segunda-feira, a Fiemg reviu para baixo a estimativa de produção industrial de 3,3% para -1,5 em 2018. A projeção para o PIB foi revista de 2,6% para 1,2%. O impacto da greve no PIB nacional foi de 0,5%, enquanto que para Minas Gerais foi de pelo menos 0,6%.
Em nota, a entidade disse que a revisão é justificada “pelo impacto negativo da paralisação dos caminhoneiros, frustração da retomada da produção da Samarco, a estratégia da Vale de redirecionamento da atividade de extração mineral para o estado do Pará, a interrupção das atividades da Anglo American, o aumento da incerteza política e a redução dos níveis de confiança”.
Desastre ambiental
Em 2015, o rompimento de uma barragem da mineradora Samarco, em Mariana, cujas donas são a Vale e a BHP Billiton, provocou a morte de 19 pessoas, destruiu distritos, afetou cidades mineiras e capixabas, e contaminou o Rio Doce e muitos dos seus afluentes.
No dia 12 de março deste ano, cerca de 300 toneladas de polpa de minério de ferro de um mineroduto da Anglo American foram lançadas no ribeirão que abastece Santo Antônio do Grama, na Zona da Mata de Minas Gerais. No dia 29, 647 toneladas foram despejadas na Fazenda Córrego Grande, que fica na mesma cidade. O ribeirão foi afetado por 174 toneladas do produto. O restante atingiu áreas de pasto.