Apresentando o Diploma de Vereador, o filho Joel João de Brito garante que ele foi eleito para o mandato de 1950 a 1954 quando a “Terra Boa” ainda engatilhava como Comarca, nascido em outubro de 1902 e falecido em outubro de 1982, se estivesse vivo José Martiniano Dias, vulgo Piranga, estaria completando 116 anos, além de vereador, ele foi Agente de Polícia e Delegado de Mantena. O seu nome não consta como vereador na primeira Câmara Municipal eleita para o mandato de 1948 a 1951, uma história que pode mexer com a história do Município.
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O Jornalismo Mantena Online foi atrás do tempo relembrando a história de um homem praticamente desconhecido no meio político da “Terra Boa” , resgatando uma história contada por um de seus filhos com algumas lembranças e momentos que nunca foram revelados e que certamente podem mudar os escritos principalmente quanto aos primeiros homens que formaram a primeira Câmara de Vereadores da nossa querida “Terra Boa”.
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A história conta que o afastamento de Fernandinho deveu-se a volta à legalidade no Brasil, após a queda de Getúlio Vargas. Era preciso se afastar do governo para disputar as eleições gerais marcadas. Em um curto período de tempo foram nomeados outros interventores para Mantena que se sucederam até por horas à frente do Município. São eles: Aduvaldo Santos Pinto (1946, 2 meses); José Maria Camargo (1946, 4 meses); Adolfo Mário de Oliveira (1946, 4 meses) e José Meira Júnior (1947). Fernandinho disputou as eleições e foi eleito, sendo seu mandato de 1948 a 1951 seu sucessor foi José Romero Duque prefeito de 1951 a 1955.
Os primeiros vereadores relatados foram Anselmo Luíz Cantuária, Cornélio Fernandes de Araújo, David de Almeida Leitão, Jardas Resende Boechat, José Secundino da Fonseca,Pedro Cirilo de Paula, José Romero Duque, José Gomes Vieira, José de Sousa Ferreira, Sebastião Coelho Bastos, Waldir Pereira da Silva e Limiro Caldeira Horsth, portanto o nome de José Martiniano Dias, Vulgo Piranga, não foi encontrado, porém seu filho Joel João de Brito garante através de documentos que ele atuou no legislativo municipal de 1950 a 1954 apresentando um documentos que comprovam o fato e que ele quer doar para que fique registado nos anais da Câmara Municipal de Mantena.
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A história que pode mudar a história?
Bom dia. Meu nome é Joel João de Brito, nascido em Central de Minas, residi também em Mantena, onde cursei técnico em contabilidade de 1974 a 1976, no Colégio Presbiteriano Instituto do Povo. Sou filho único do segundo casamento de José Martiniano Dias, vulgo Piranga, nascido em 1902, falecido em 1982 em Mantena.
Encontrei alguns documentos da época em que foi Agente de Polícia, Delegado e Vereador de Mantena, um subscrito por Antônio Alberto Lopes, Prefeito, Francisco Loures Rosa, Juiz de Paz e Carlos de Laet, Delegado de Polícia da cidade de Mendes Pimentel, datado de 19 de agosto de 1969, o diploma de vereador de Mantena de 1950 a 1954 e Declaração do Cartório Eleitoral assinada por Rosalina Costa Guerra, escrivã da época.
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Referidos documentos talvez possam interessar como jornalista, e, se for útil, podem ser arquivados no museu da cidade. Quando meu pai faleceu em 1982, eu tinha 24 anos e não muito interessava pelas suas histórias.
Lembro-me que sempre o visitavam várias autoridades, políticos, contemporâneos e amigos. Ele Falava com emoção sobre suas aventuras perigosas e das muitas lutas travadas em prol do povo de Mantena e região.
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Foi agente de polícia de Teófilo Otoni a Conselheiro Pena, Delegado da comarca de Mantena, Vereador, Jurado, inclusive relatou algumas defesas no Tribunal do Júri, como rábula. Contou da batalha sangrenta do contestado, onde liderava as tropas. Falou das visitas do presidente Juscelino a Mantena e das idas à Brasília na companhia do Fernandinho ou sozinho. Falava que era recebido sem nenhum protocolo. Sempre levada uma pinga boa para o presidente, relatava da sua simplicidade, e o gosto comum que tinham pela pinga e seresta. O presidente teria falado pra ele que seria mais agradável recebe-lo do que o Brizola, que só trazia reivindicações muitas delas impossíveis, fora a conversa maçante e enfadonha. No almoço com o Presidente em Mantena, não tinha feijão, meu pai teria chamado a organização para providenciarem o tropeiro, pois seria prato predileto do presidente. Dentre muitas histórias, a instalação da Coletoria Estadual de Mantena, escoltada por ele, levada no lombo de burros e a fuga do Coletor, com medo de morrer, após confrontar com a situação do contestado.
Nota da Redação
Joel João de Brito colocou os documentos à disposição da Presidência da Câmara Municipal de Mantena como forma de resgate de cidadania, educação, cultura e história do legislativo mantenense.