Era um dia de domingo e o campo de jogo no Rafael de Carvalho estava encharcado e com muita lama e o resultado foi um empate em 2×2 com Garrincha usando a camisa tradicional do Volante de Mantena.
No outro jogo entre as duas equipes no sábado em terras capixabas as duas equipes já haviam empatados em 1×1 com Garrincha defendendo a equipe do Santos conhecida como Terror do Norte de Barra de São Francisco, ES.
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*Por Rogério Augusto
Há nove anos eu assistir uma reportagem sobre Garrincha no Esporte Espetacular, Rede Globo, narração de Beth Carvalho, o Mané estava jogando pelo Olaria, última equipe profissional que o anjo de pernas tortas jogou futebol.
Hoje os ídolos são de pano e beijam o escudo de cada camisa que trocam recebendo rios de dinheiro. Garrincha não, era ídolo do Brasil, jogador amado, e o povo não importava a camisa que usava. Lembrei-me do meu pai o velho Pingo que dizia que Garrincha era melhor que Pelé.
Garrincha passou por Mantena e Barra de São Francisco em 1974 e eu o vi jogando no Estádio Municipal Rafael de Carvalho.
O Volante Esporte Clube estava com Matusalém (Monke), Jussaro, Nego do Pinho, Passarinho, Celso, Lairinho, Tijuca, Garrincha, Tadeu, Paulinho Mangueira, Batepau.
Depois do jogo ele foi para o saudoso Bar da Tia Rosa e pagou picolé para garotada e cerveja para o povo, estava gastando o dinheiro que havia ganhado com as apresentações em Mantena e Barra de São Francisco, gastando com quem o amava muito, o povo…
Humilde e muito simples nem parecia que deu ao Brasil praticamente sozinho duas copas do mundo, sim Garrincha já esteve em Mantena.
Quem jogou futebol sabe que a gente pode até não ganhar dinheiro, mas ficam as amizades, os gols e as jogadas eternizadas em nossas mentes.
Voltei ao tempo e me lembrei de todos os craques regionais que vi desfilar seus talentos nos gramados de toda região, citar nomes poderia me deixar devendo e eu não quero ficar devendo a ninguém, deixo um abraço para todos, agora deixa eu me refazer…
Como diz Raimundo Fagner, “Chorar é bonito e não faz vergonha, eu só acredito no homem, que chora e sonha”.
Ao final, como sempre as lágrimas molharam meu rosto, num misto de saudades, de Garrincha e do velho Pingo.
- Rogério Augusto (Rogerinho) foi jogador de futebol profissional, um dos maiores artilheiros do Estádio Municipal Rafael de Carvalho de todos os tempos, é radialista (locutor esportivo/comentarista/pista) e jornalista.
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