Foram registrados 18 boletins de ocorrência em um só dia. Polícia lacrou bombas em Colatina, Águia Branca e Barra de São Francisco.

Três semanas após o Estado declarar cenário de alerta para a crise hídrica, a Polícia Militar Ambiental (BPMA) continua registrando um número elevado de ocorrências sobre uso inadequado de água. Somente na quarta-feira (28), foram 18 boletins de ocorrência com a constatação de poços escavados, barragens e captação ilegal de recursos hídricos na região Noroeste do Espirito Santo.
Em Águia Branca, foi realizada uma força-tarefa composta por agentes da Polícia Ambiental, do Instituto Estadual do Meio Ambiente (Iema), da Secretaria do Meio Ambiente e da Defesa Civil municipal. Na ação, foram constatados cinco poços a menos de 300 metros do Rio São José, que figura na relação de rios com destinação exclusiva para abastecimento humano e animal.
Além disso, como medida cautelar, nove bombas hidráulicas às margens do rio foram lacradas, conforme determinação da Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh). Em outros dez pontos havia indícios de instalação das bombas.
Em Colatina, militares verificaram a ampliação e limpeza de quatro poços próximos a uma nascente, na região de Piabas. A obra degradou 10,7 mil m² em área de preservação permanente. Em outro sítio na mesma região, mais 16 mil m² foram danificados com a ampliação de uma barragem. As atividades não possuíam licença do órgão ambiental. As máquinas utilizadas na construção foram apreendidas.
Já em Barra de São Francisco outra equipe da Polícia Ambiental constatou oito poços escavados, em quatro propriedades diferentes, totalizando 7,7 mil m² degradados em área de preservação permanente. Novamente, as construções não possuíam licenciamento ambiental e foram realizadas as margens de nascentes e dos Córregos do Óleo e Santo Antônio.
Com a publicação das resoluções da Agerh especificando que municípios e rios se encontram em situação crítica em relação ao nível de água, o BPMA e os órgãos de fiscalização ambiental estão operando de forma intensificada, a fim de garantir o abastecimento prioritário de água para a população e a dessedentação animal. Ações se concentrarão nas regiões Noroeste e Norte.