Paralisação acontece em Governador Valadares, Ipatinga e Ipaba. Eles reivindicam a equiparação salarial e melhores condições de trabalho.
Os funcionários do setores administrativos das unidades prisionais do Leste de Minas paralisaram as atividades nesta segunda-feira (4). Eles manifestaram em frente aos presídios de Governador Valadares, Ipatinga e Ipaba, reivindicando a equiparação do piso salarial, com os servidores da Polícia Militar.
Segundo informações dos organizadores do ato, atualmente o piso salarial dos funcionários é de R$ 1.050, já o da PM é de R$ 2.400. O Sindicato dos Funcionários e o Governo do Estado vão se reunir na tarde desta segunda-feira (4) para definir o rumo do movimento.
Vale do Aço
O dentista André Luiz de Oliveira, funcionário do setor administrativo do Ceresp de Ipatinga, relata que os servidores buscam a valorização profissional e também melhores condições de trabalho.
“Não queremos aumento de salário, e sim a equiparação do mesmo, que está defasado há muitos anos. Acreditamos que com essa correção, todo o serviço será melhorado e quem ganha é a comunidade. Estamos paralisados, mas respeitando a regra que pede que pelo menos 30% dos funcionários não deixe de trabalhar”, destaca.
Segundo ele, a paralisação afeta os serviços como a folha de pagamento, que é feito pelos servidores administrativos, enfermagem, dentista e apoio jurídico. O Ceresp de Ipatinga tem capacidade para receber 182 detentos, mas atualmente 750 pessoas estão presas no local.
“Esse também é um grande problema. Sabemos que com a superlotação, tudo fica ainda mais difícil e com a paralisação, diversos serviços ficam prejudicados e o problema acaba afetando os familiares dos presos e até mesmo os detentos”, relata.
O aposentado Carlos Roberto confirma que a paralisação está causando transtornos. “Vim trazer uma encomenda para o meu filho que está preso há sete meses e estou a mais de duas horas tentando fazer essa entrega. Lamento que os servidores estejam paralisados, porque a prestação do serviço já é ruim, com o ato a demora será ainda maior”, reclama.
Governador Valadares
Cerca de 30 funcionários administrativos, que atuam no Presídio, no Centro de Internação de Adolescentes de Governador Valadares, e na Penitenciária de Paca também paralisaram as atividades na manhã desta segunda-feira (04).
Vestidos de preto, com nariz de palhaço e com cartazes nas mãos, os servidores reivindicaram um reajuste salarial. Segundo o analista executivo de defesa Civil, Bruno Neves, a paralisação é realizada em todo o estado e foi organizada depois de uma assembleia neste fim de semana, em Belo Horizonte.
Os servidores aguardam um posicionamento da Secretária de Estado de Defesa Social, mas se não houver negociação, eles pretendem entrar em greve a partir desta terça-feira (05).
O G1 entrou em contato com o órgão, mas eles ainda não se posicionaram.